Aproveite a quarentena para conhecer algumas igrejas pelo Circuito do Ouro
A Semana Santa é um período de reflexão e também pode ser uma excelente oportunidade para peregrinações pelas belas igrejas do Circuito do Ouro. Ops! Desta vez convidamos vocês para um roteiro virtual.
Devido ao COVID 19 a recomendação é que a gente deixe a viagem para depois. Enquanto isso, vamos conhecer um pouco mais as igrejas para programar a próxima viagem, combinado?
As opções são muitas e algumas delas muito famosas e conhecidas internacionalmente por suas riquezas arquitetônicas e artísticas. Para ajudar a aproveitar melhor sua viagem, selecionamos aqui algumas igrejas que merecem uma visita contemplativa e muito tempo para orações e mergulhos na história de Minas Gerais. Outra vantagem é que todos os roteiros são próximos da capital, o que pode tornar tudo mais tranquilo e com mais economia. Vamos começar o passeio pelas igrejas do Circuito do Ouro:
Entre Cenários: igreja Matriz de Santo Antônio em Ouro Branco
A Igreja Matriz de Santo Antônio, que se encontra na região central do município de Ouro Branco, é uma das mais antigas instituições paroquiais de Minas Gerais e um exemplo clássico do Barroco do século XVIII. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em novembro de 1949.
A parte exterior da Matriz traz as influências da reforma introduzida por Aleijadinho. A igreja é constituída principalmente por pedra, incluindo as colunas, cunhais, cimalha, portada e as sacadas de sua fachada. No interior da Matriz encontram-se pinturas de caráter ilusionista do Mestre Ataíde, com cores claras e translúcidas, representando o Santo Antônio, a Virgem e o Menino Jesus.
Entre Cenários: santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas
Uma das belezas religiosas mais características do Estado, o Santuário é Patrimônio Mundial da Humanidade e foi construído entre 1757 e 1790. No adro da basílica, os 12 profetas em pedra-sabão foram esculpidos por Aleijadinho e seus auxiliares.
Na parte interna, a igreja abriga relicários também talhados por ele, rica decoração rococó e pintura do teto assinada por Mestre Ataíde. Tem ainda seis capelas (passos), que representam as Estações da Cruz.
Entre Serras: santuário de São João Batista em Barão de Cocais
Esta foi a primeira participação de Aleijadinho em um projeto arquitetônico. A construção da igreja ocorreu entre 1764 e 1785 e, no portal, há uma escultura de São João Batista, feita em pedra sabão — também obra de Aleijadinho.
Em seu interior, a pintura do teto é obra de Mestre Ataíde e seus altares são folheados à ouro. É uma riqueza de detalhes que não acaba mais! Barão de Cocais fica a 70 km de BH e possui outras atrações interessantes, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário no distrito de Cocais.
Entre Serras: matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso em Caeté
A informações apontam que a primeira igreja matriz do local fora construída em 1732. No entanto, foi em 1752 que a matriz definitiva passou a ser edificada. Sua padroeira era a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora do Bom Sucesso – uma devoção muito popular entre aqueles que procuravam ganhar a vida procurando metais preciosos nas regiões mineiras.
Há relatos de um antigo vereador caeteense, escrito ainda no século XVIII, dando conta que a planta da matriz teria sido feita e doada por Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho.
A matriz foi construída com grandes proporções, possuindo um elevado pé direito e uma abundante iluminação natural. Além do elegante altar mor, há oito altares laterais, todos bastante harmônicos e com características de transição do barroco para o rococó. Destaca-se a presença de arcos interrompidos em alguns desses altares, uma característica pouco usual em outras igrejas de Minas e também pintura em perspectiva que ornamenta o forro da nave. Não há documentação acerca da autoria desses altares, mas foram detectadas características da escola do Aleijadinho.
Entre Trilhas: matriz de Nossa Senhora da Conceição em Raposos
A matriz de Raposos é considerada uma das três igrejas mais antigas de Minas Gerais, todas datadas do final do século XVII. Possui arquivoltas concêntricas em alguns de seus altares – elemento decorativo muito presente na primeira fase do barroco mineiro, e que era decorrente do chamado ‘Estilo Nacional Português’.
Apesar dessas características mais simples, há dois altares laterais com talha mais requintada, sendo que um destes é ornado com dossel, demonstrando que provavelmente foi acrescentado à igreja em data ligeiramente posterior, talvez em meados do século XVIII.
Entre Trilhas: capela Nossa Senhora do Ó em Sabará
Datada de 1717, ela possui uma fachada tipicamente barroca com traços simples. Seu interior feito em madeira, cedro e ouro, com pinturas emolduradas com temas da vida de Cristo e Nossa Senhora, surpreende os fiéis e visitantes.
O nome da capela deve-se as ladainhas que eram cantadas repetidamente e tinham suas antífonas precedidas por Ó, por isso, Nossa Senhora do Ó.
Entre Ruralidades: igreja de São José
A igreja de São José foi construída em meados de 1755, na pequena cidade de Nova Era. Seu formato lembra bastante a igrejinha do Ó de Sabará, dá uma olhada. A matriz é o símbolo da fé do município.
O retábulo-mor em estilo rococó é de autoria de Francisco Vieira Servas (1720-1811), o artistas, natural de Portugal, também deixou seu legado em outras cidades do Circuito do Ouro, depois a gente fala mais sobre ele. As pinturas existentes nos forros da nave e da Capela- Mor, não possui registros do autor.
Entre Ruralidades: ermida de Nossa Senhora do Rosário em Itabira
A igreja teve grande influência na formação urbana do município. A Ermida de Nossa Senhora do Rosário foi construída pelos negros alforriados no final século 18 para a Santa Maria do Rosário dos Pretos.
Antigamente não era permitido que negros frequentassem a mesma igreja dos brancos, mas nesta eles tinham um espaço reservado. O piso é de campas, onde foram sepultados os negros escravos ou alforriados, pertencentes a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1812. A ermida caracteriza-se pela predominância do estilo barroco. A pintura do teto da capela-mor é de inspiração rococó.
E aí gostou das dicas? Agora é só aproveitar para saber qual roteiro você deseja visitar primeiro. Ah! Aproveite para conhecer as dicas do pessoal do Turismo de Minas, sobre as igrejas mineiras.