Conheça a história do órgão do Caraça no roteiro entre Serras da Piedade ao Caraça

Quem faz o roteiro da Serra da Piedade à Serra do Caraça encontra mais do que belezas naturais, como cachoeiras e trilhas. Em cada cidade percorrida, é possível também ter contato com a cultura e com os costumes locais e perceber como a história pode influenciar o presente.

Um exemplo disso é o Santuário do Caraça, localizado a 120 quilômetros de Belo Horizonte, onde a flora exuberante da Serra do Espinhaço se mescla a um conjunto arquitetônico cheio de religiosidade e cultura.

Relíquias como o órgão da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens merecem uma visita não apenas por sua importância para a história do local, mas também por seu belo som. Conheça mais sobre ele neste post:

A história do instrumento

Em 1876, quando a Capela do Caraça foi demolida para dar lugar a uma construção que pudesse comportar mais fiéis, o Padre Luís Gonzaga Boavida, conhecido por suas habilidades musicais e de marcenaria, começou imediatamente a construir aquele que seria o órgão do novo templo.

Aproveitando peças do órgão da antiga capela — instrumento português consertado pelo próprio Pe. Boavida — e usando diferentes madeiras da região, o padre trabalhou no novo órgão até 1883, ano de sua inauguração.

Pouco se sabe sobre os detalhes da sua construção, e muitos outros trechos da história do instrumento se perderam com o tempo. Isso fez com que o órgão fosse cercado de lendas. Há uma que diz que ele foi construído com apenas um canivete, por exemplo.

O órgão

Os tubos visíveis na parte superior do instrumento são apenas madeira pintada. Os verdadeiros estão em seu interior e são muito mais numerosos: são 628 cilindros de materiais diferentes, o que garante a singularidade do som desse órgão.

Há ainda 153 flautas reaproveitadas do antigo órgão português. Essas flautas, que distribuem o ar pelos tubos, eram sopradas por meio de um grande fole manual, que foi eletrificado em 1974.

As intervenções e a restauração

Desde a sua inauguração, o primeiro órgão construído em Minas Gerais passou por diversas limpezas, afinações e manutenções. A primeira manutenção ocorreu em 1920, no centenário do Colégio do Caraça. Em 1949, houve uma limpeza para a gravação do filme Caraça — Porta do Céu.

Mas muitas intervenções, por falta de cuidado e conhecimento, colocaram em risco o funcionamento do instrumento e, aos poucos, foram degradando-o. Um exemplo foi a tentativa de manutenção de 1974, que, apesar de possuir muitos registros, acabou fracassando.

Em 1984, o maestro e organista Lucas Raposo chegou à Serra do Caraça e encontrou um instrumento que já nem funcionava mais. A iniciativa tomada foi buscar o organeiro Ricardo Clerice, de São Paulo, que apresentou uma proposta de restauração.

A verba necessária foi aprovada em regime de urgência, e a restauração começou em 1985. Depois de muito trabalho, em novembro do mesmo ano, o órgão voltou a ser tocado e ainda pode ser ouvido por quem passa para visitar a região.

A música preenche cada parada do roteiro Entre Serras da Piedade ao Caraça. Mas, entre bandas regionais e corais, talvez o órgão do Padre Boavida seja a grande estrela musical dessa viagem e, por isso, não pode deixar de ser visitado!

E você, já viu um órgão tão grande sendo tocado? Conte para a gente nos comentários. Aproveite a visita em nosso blog para conhecer a promoção Mapa de Figurinhas Entre Serras da Piedade ao Caraça e ler o post “Religiosidade, tradição, cultura e fé no Circuito do Ouro”.

Fonte da imagem: bit.ly/547.ref

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2 comentários em “Conheça a história do órgão do Caraça no roteiro entre Serras da Piedade ao Caraça”

  1. joyce disse:

    muito lindo parabens

    1. Márcia Martins disse:

      Que bom que gostou Joyce! Já conhece as cidades do roteiro Entre Serras?

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