Minas Gerais tem uma história marcada pela grande religiosidade de sua gente. Cultura, tradição e arte se misturam com a trajetória de seus municípios, que enchem os olhos de turistas e pesquisadores com seus monumentos de adoração: as igrejas.

Dentre as várias riquezas naturais, arquitetônicas e culturais do roteiro Entre Serras, elas se destacam pela beleza e pela devoção dos moradores, que têm uma forte relação de respeito e carinho por essas importantes construções que fazem parte da identidade do povo mineiro.

Além dos atrativos naturais e gastronômicos, o Circuito do Ouro é ideal para quem procura um passeio regado à religiosidade e fé. E tudo isso pertinho de Belo Horizonte!

Para começar a planejar sua visita, conheça a seguir a história de 4 igrejas e capelas que você não pode deixar de apreciar:

Igreja de São Francisco de Assis, em Caeté

Começando o passeio por Caeté, você poderá conhecer diversas relíquias preservadas desde a época do Ciclo do Ouro. A Igreja de São Francisco de Assis é uma entre as várias edificações históricas do período colonial no município.

Localizada no centro da cidade, ela foi erguida no início do século XVIII e chama a atenção pelo estilo único e por apresentar a fachada chanfrada e trabalhada nos mínimos detalhes. Sua construção feita em adobe é constituída por uma estrutura de madeira e possui apenas uma torre central, o que foge do padrão de 2 torres presente no estilo barroco.

Ao entrar na igreja, que possui um aspecto simples em seu interior, você encontra no altar-mor pinturas que imitam ornatos e, no forro da capela-mor, uma pintura em perspectiva aérea de São Francisco de Assis no momento em que recebe os estigmas.

As missas acontecem na igreja às quartas, quintas e sextas, às 7h.

Capela de São Benedito, em Barão de Cocais

A próxima parada é em Barão de Cocais, a poucos quilômetros de Belo Horizonte. O município comemorou há pouco tempo os 100 anos da Capela de São Benedito. A data foi celebrada com missas e barraquinhas em honraria ao padroeiro, São Benedito.

Além das comemorações, a construção passou por uma reforma, havendo troca de telhas e nova pintura. Você vai se encantar com a rara beleza arquitetônica desse tesouro guardado no roteiro Entre Serras!

De acordo com a história dos moradores da região, um comerciante e fazendeiro local, conhecido como Nico Caldeira, resolveu investir parte do prêmio ganhado na loteria na construção de 2 capelas, além de ter feito várias outras doações.

• A primeira capela é a de Nossa Senhora Aparecida, que foi edificada no alto do morro do minério em 1912, também no município de Barão de Cocais.
• A segunda, é a de São Benedito, construída 2 anos depois em um local histórico: exatamente onde os bandeirantes fincaram a Cruz de Malta Portuguesa em 1704. Nico Caldeira, grande devoto do santo, mandou afixar os dizeres “Ao Glorioso São Benedcto” (grafia original) na fachada da capela.

A adoração do santíssimo acontece às quartas e as celebrações, às sextas. Os fiéis também podem frequentar a capela nas missas realizadas sempre na última sexta-feira de cada mês.

Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Santa Bárbara

Continuando o passeio pela história de Minas Gerais, chegamos ao município de Santa Bárbara. Uma visita imperdível é à Igreja do Rosário, também conhecida como Capela Rosário dos Negros, um dos mais famosos pontos turísticos da região. E não é por menos: a capela foi tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal e pelo Estadual e é reconhecidamente uma das maiores riquezas da cidade.

Durante muito tempo, por imposição do Vaticano, as missas na Igreja do Rosário deveriam ser celebradas apenas para negros, mulatos e mestiços. Uma lenda local diz que o famoso Padre Lucindo de Souza Coutinho usava um túnel cavado pelos escravos fugidos para se esquivar dos olhares da população durante o trajeto de casa para a igreja.

A capela foi construída em taipa e adobe, na segunda metade do século XVIII. A fachada, semelhante à proa de um navio negreiro, é responsável por um estilo arquitetônico bem interessante. Seu interior é composto pelo piso de tabuado corrido totalmente restaurado, além dos corredores em lajes de pedras. Seu forro forma uma abóbada na nave central da capela-mor, e os painéis de madeira com pintura ornamental são destaque na estrutura.

Outras riquezas encontradas dentro da igreja são as pinturas em estilo rococó no forro da nave. Além delas, você encontrará figuras de santos negros nos 4 cantos da igreja, uma característica daquelas pertencentes à irmandade do Rosário.

Capela de Santa Quitéria, em Catas Altas

Fechando com chave de ouro o roteiro Entre Serras, chegamos à charmosa cidade de Catas Altas. Outro grande tesouro da história religiosa do estado é a Capela de Santa Quitéria, também conhecida como Capela de Nossa Senhora do Carmo. As duas nomenclaturas se explicam historicamente: referências documentais comprovam sua invocação tradicional, Santa Quitéria; no entanto, a imagem localizada no trono de seu altar-mor é a de Nossa Senhora do Carmo.

Com possível construção durante a segunda metade do século XVIII, a capela foi tombada ainda em 1899 pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Na década de 1980, passou por um processo de restauração. Posteriormente, em 1999, outro tombamento foi realizado pelo Núcleo Histórico da cidade de Catas Altas. Sua fachada chanfrada foi reconstruída nos moldes originais e é formada por 3 portas-janelas ao nível do coro e uma torre única com dois sinos. Seu interior apresenta o altar-mor em madeira trabalhada em padrões de anjos e flores.

Além de visitar esse importante monumento histórico, você também pode se deslumbrar com a vista da imponente Serra do Caraça ao fundo da igreja. Localizada no alto de uma colina, a construção, em contraste com a serra, forma uma das mais belas paisagens do Circuito do Ouro.

São muitas as igrejas e capelas que você pode encontrar no Entre Serras. Agora que você já conhece 4 delas, leia o post “12 dicas de passeios pelo roteiro Entre Serras durante o outono” para preparar o seu roteiro!

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